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Hexagrama 15. Ch'ien / Modéstia


Seja como a montanha, que não se incomoda de virar planície, se for preciso.


A montanha se desgasta para se transformar em planície. Essa é a imagem da modéstia: Um estágio de evolução. O hexagrama aconselha a nos livrar da ostentação ( Os cumes da montanha) e a desenvolver nosso caráter (preenchendo as falhas profundas). Recebê-lo significa que precisamos refletir mais sobre a modéstia. Na prática, ser uma pessoa modesta equivale a se deixar levar pelo Poder Superior, sem oferecer resistência.

A resistência nem sempre é óbvia. Ela pode assumir formas sutis, como, por exemplo, quando o ego elabora planos e esquemas para abordar os problemas. A modéstia significa que, enquanto estivermos atentos a nossos valores e princípio, estamos receptivos à nossa voz interior, às oportunidades para que façamos a coisa certa. Geralmente, elas surgem em momentos surpreendentes. É modéstia também não avançar demais para acelerar o progresso. O I Ching diz que  não devemos tentar obter mais do que a situação permite.

Modéstia tem a ver com nos permitirmos a dependência do Cosmo e pedir a ajuda do Sábio quando necessário. A modéstia se baseia na simplicidade e sinceridade. As presunções arrogantes nos afastam do Sábio, das outras pessoas e da possibilidade do inesperado.

Ser modesto é manter a mente aberta e reconhecer que o caminho cheio de curvas do Criador trabalha em benefício de todos, enquanto que a encruzilhada criada por nosso egoísmo serve apenas aos nossos interesses pessoais, muitas vezes em detrimento das outras pessoas.

A modéstia faz bom uso do silêncio e da reserva. Não devemos nos precipitar em oferecer ajuda porque nossa interferência pode estar sendo exagerada e roubando o espaço dos outros para o aprendizado.

Texto de Wu Fang.


Luz e Sabedoria!

Hexagrama 14. TA YU / Grandes Posses

Finalmente a luz se fez e já é possível compreender o que se passa à nossa volta.


Este hexagrama se refere ao estado de serenidade e independência interior que atingimos quando perseveramos e tentamos encontrar o caminho correto. Neste estado, somos a manifestação do Poder Superior. A independência interior é um bem adquirido após superarmos a autopiedade.

O caminho correto é um bem adquirido ao abdicarmos de atos equivocados.


O Hexagrama revela que se, de fato, possuímos alguma coisa ela não pode ser perdida ou destruída.


O que ganhamos - o progresso conquistado com esforço árduo - não pode ser perdido, ainda que haja recuos temporários. Rupturas em nossos relacionamentos, por exemplo, podem ser uma oportunidade para uma melhoria de atitudes e aprendizado.


O que o I Ching chama de "Grandes Posses" tem a ver com clareza mental, desprendimento e segurança interior. Não é algo que possamos simplesmente criar, usando nosso esforço. Ocorre quando nos encontramos em harmonia com o Cosmo. Essa harmonia existirá enquanto seguirmos o que é bom e verdadeiro. Diante do mal, devemos nos acautelar para que os elementos inferiores não nos contaminem.


A conquista de "Grandes Posses" é um encontro com o Criativo. Uma vez que isso aconteça, é importante não abusar do poder assim gerado. Existe o perigo de ficarmos demasiado duros, esquecendo que tudo o que conquistamos não foi fruto apenas de nosso esforço. Só conseguimos o que conseguimos graças ao Poder Superior. Ele é o responsável por nosso sucesso. Não devemos também cair na tentação de esquecer a modéstia. É o cultivo da modéstia e da independência interior que nos manterá no caminho do sucesso.


Devemos nos manter afastados, não aceitando as lisonjas nem aceitando desafios que nos levem a atitudes defensivas. Aqueles que tentam nos desafiar emocionalmente devemos deixar seguir o seu caminho.

Texto elaborado por Wu Fang


Expansão e Sucesso!

O que diz C. G. Jung sobre o I Ching



"O I Ching não oferece provas nem resultados; não faz alarde de si nem é de fácil abordagem.
Como se fora parte da natureza, espera até que o descubramos. Não oferece nem fatos nem poder, mas, para os amantes do autoconhecimento e da sabedoria - se é que existem - parece ser o livro indicado.
Para alguns, seu espírito parecerá tão claro como o dia; para outros, sombrio como o crepúsculo;
para outros ainda, escuro como a noite. Aqueles a quem a ele não agradar não têm por que usá-lo, e quem se opuser a ele não é obrigado a achá-lo verdadeiro. Deixem-no ir pelo mundo para benefício dos que forem capazes de discernir sua significação."


C.G. Jung

Wei Chi

"O homem superior não se afasta dos Caminhos do Sábio, e assim encontra o sucesso absoluto."

O Tao aplicado ao Livro das Mutações


O Livro das Mutações é vasto e grande. Quando se fala do longínquo, ele não conhece fronteiras. Quando se fala do que é proximo, ele permanece calmo e correto. Quando se fala do espaço en tre o céu e a terra, ele abrange todas as coisas.


Aqui o Livro das Mutações é relacionado ao macrocosmo e ao microcosmo. Primeiro, indica-se a extensão de seu domínio no plano horizontal, sua vastidão. Suas leis regem o mais longínquo tanto quanto o mais próximo, assim como nas leis que se traz em seu próprio interior. Em seguida, indica-se a direção vertical, o espaço entre o céu e a terra, pois os destinos dos homens lhe vêm, por assim dizer, do alto, do céu.


I Ching - O Livro das Mutações. Prefácio de C. C. Jung. Editora Pensamento.


O Grande Tratado (O Grande Comentário) TA CHUAN
Capítulo VI  - 8ª Asa - Confúcio.




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