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Hexagrama 36. Ming I / Obscurecimento da Luz


A luz pode se esconder temporariamente, mas ela nunca desaparece.

A sensação de que não estamos progredindo, de que as coisas não estão acontecendo como gostaríamos, nos leva à perda do equilíbrio e da independência interior. Quando a situação parece difícil e imutável, entramos em desespero, temendo jamais encontrar uma saída. 

Nesse momento, então, nossa Luz Interior é ameaçada. É como se estivéssemos de óculos escuros e tudo que víssemos fosse embaçado pelo medo de que nada melhore. Esse estado mental não leva em conta, porém, que todas as mudanças são como correntes de água que viajam longas distâncias sem seres vistas até que, um dia, brotam à superfície.

O I Ching nos avisa que só teremos uma perspectiva mais clara dos acontecimentos em marcha quando não nos limitarmos a observar apenas a situação externa. É preciso se desligar, não ficar o tempo todo avaliando a situação, tentando adivinhar o que virá ou está por vir. O mais sábio a fazer é aceitar humildemente a situação como ela é.

Não devemos nos preocupar como os outros verão nosso desligamento. Não importa. Eles não têm como saber o que é melhor para nós. A vaidade faz com que queiramos buscar o progresso e medi-lo a cada passo. O resultado é uma frequente decepção conosco mesmo e com o rumo dos acontecimentos. Parece que nada progredimos, que as coisas não evoluem da maneira esperada.

Para que haja progresso efetivo é preciso justamente deixar essa preocupação de lado. Quanto mais queremos progredir a todo custo, menos o progresso aparece. Precisamos confiar no fato de que o Poder Criativo trabalha lenta e imperceptivelmente até que, um dia, de repente, vem a chuva, as flores brotam e o fruto amadurece. O desenlace será sempre repentino e imprevisível. Quando menos esperamos, acontece o impossível.  

Texto de Wu Fang.

                                   Esperança e Perseverança!

Luz I Ching



http://br.groups.yahoo.com/group/Luz_ICHING/

Hexagrama 35.Chin / Progresso


Ilumine o caminho à sua frente. Ele acabará lhe levando aonde quer.



Li sobre K'un - Fogo sobre Terra




Receber este hexagrama indica que estamos fazendo progressos, embora nem sempre eles sejam observados por nós no dia-a-dia. Indica também que precisamos nos lembrar dos princípios básicos que podem nos levar a um caminho de progresso.





Em geral, não devemos nos deleitar com nossas vitórias nem gabar das realizações. 
Na verdade, o progresso não é resultado de um esforço em busca dele. Não adianta ter o progresso como objetivo porque ele é decorrência do nosso trabalho para sermos coerentes com nossos princípios. Deixamos de servir bem quando, ao alcançarmos um pequeno progresso, esquecemos de seguir humildemente nosso caminho e nos entregamos ao conforto do momento.



Este hexagrama sugere que verifiquemos que atitudes podem estar bloqueando o progresso ou ameaçando o progresso já alcançado. O progresso é resultado do serviço que prestamos humildemente ao Poder Superior, do nosso apego à verdade e da prática desprendida do bem. Não devemos jamais esperar recompensas pelo bem que é feito, mas sim praticá-lo naturalmente, como se nenhuma outra coisa pudesse ser realizada em seu lugar.

Entre as atitudes mais decadentes - e que atrapalham o progresso - é buscar diretamente um objetivo, principalmente se ele for material. Se estamos muito orientados para um determinado alvo, tendemos a nos apegar e ele e direcionarmos todo o nosso comportamento para isso, interferindo no destino, no fluir natural dos acontecimentos. Desse modo, agimos como um cavalo, que, de tão apegado ao estábulo, quando seu cavaleiro o leva para qualquer outro lugar, segue cada vez mais devagar. E, se é conduzido de volta ao estábulo, volta a galopar com rapidez.

Não devemos agir como o cavalo. Quando nos prendemos a um objetivo específico, estamos desdenhando da criatividade do Sábio. Ele é capaz de usar as mais diferentes e imprevisíveis circunstâncias para nos levar até aonde queremos
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(Texto de Wu Fang)

                                               Om Sabedoria Om


Hexagrama 34. Ta Chuang / O Poder Do Grande

                          
                                Não há maior poder do que o conhecimento, sobre nós e os outros.


Neste hexagrama, existem dois significados a serem considerados.
O primeiro se refere ao poder que surge ao percebermos a maneira correta de prosseguir.
O segundo tem a ver com o poder roubado, assumido ou interceptado.

O I Ching ressalta que, sempre que percebemos a forma correta de prosseguir, não devemos ficar confusos, sem saber como avançar. Caso contrário, estaremos dando de bandeja uma oportunidade para o ego assumir o controle da situação. O ego é como um jogador de futebol incansável, que está sempre à procura de uma Change de agarrar a bola. Para impedir que o ego se intrometa, não devemos ficar demasiadamente absorvidos pelo que fazemos. Quando isso acontece, perdemos o contato conosco, com o nosso eu interior. E aí perdemos também o poder do insight.

O hexagrama nos adverte justamente contra esse perigo. Devemos resistir a falas do tipo: "Eu deveria fazer alguma coisa sobre isso", "Eu tenho a resposta" ou "Agora podemos fazer alguma coisa". Essas frases são típicas do ego, que adora interferir na direção natural dos acontecimentos.

O hexagrama nos avisa também para evitar o abuso do poder. Impelir as pessoas para adiante, pressioná-las, manipulá-las e lisonjeá-las é uma forma de abusarmos do nosso poder, assim como dizer coisas quando estamos com raiva ou nos afastarmos simplesmente por achar que alguém é incorrigível. Coisas ditas em momentos de fúria deixam marcas que podem durar anos e funcionam como uma bomba atômica de efeitos duradouros. Por isso, é preciso pensar duas vezes antes de expor o que sentimos num determinado momento. O uso incorreto do poder gera reações ruins, que podem até ser desfeitas se retornamos à sinceridade e humildade de antes. O melhor a fazer, quando percebemos que incorremos nesses erros, é nos retirarmos, voltarmos à postura de neutralidade.

(Texto elaborado por - Wu Fang)

Ao Equilíbrio!

Hexagrama 33. Tun / A Retirada


Por maior que seja o mistério, nada merece ser alçado ao posto de Esfinge.


Este hexagrama nos remete à possibilidade de ficarmos seduzidos por uma situação ou pessoa e nos dedicarmos, de forma até obsessiva, a desvendá-la. Por algum motivo, o ego foi despertado, fazendo com que nossa vaidade se dedique a decifrar algo que não conseguimos compreender de imediato. Essa situação, porém, não nos trará benefícios e o I Ching recomenda a retirada, ou seja, devemos nos desligar, eliminar essa situação ou pessoa de nossa mente.

A retirada é fundamental para que não fiquemos ainda mais envolvidos do que já estamos.
Se nos retirarmos (desengajarmos) a tempo, não sofreremos remorso nem as seqüelas de tal comportamento. Mas se nosso desejo ou medo forem despertados com muita força, ficamos presos numa armadilha. O ego assume o controle da situação, levando-nos prosseguir no comportamento inadequado. Os resultados são transtornos, humilhação e arrependimento.

O momento correto da retirada é quando começamos a perder o equilíbrio e a serenidade interior. Ou também quando os outros deixarem de ser receptivos a nós. Se tivermos humildade suficiente, porém, conseguiremos identificar tais fases, não com desapontamento, mas compreendendo que as pessoas reagem a nós como numa espécie de onda: ora são receptivas, depois nos afastam. A ambiguidade está presente o tempo todo.

A retirada também é necessária quando somos tomados pelo entusiasmo, seja porque houve uma melhora significativa na nossa situação ou porque surgiram novas oportunidades de influenciarmos os outros. Em todos os momentos de retirada, entretanto, é fundamental que não deixemos a vaidade do ego assumir o controle. Caso contrário, ele vai querer "resolver a situação". E essa atitude acaba bloqueando o fluir dos acontecimentos. Mas, se conseguirmos nos retirar no momento certo, o bloqueio é quebrado e novas oportunidades surgem.

(Texto de Wu Fang).

Que a sabedoria faça parte de nossas atitudes!


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