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Intuição e inspiração



O I Ching é essencialmente um revelador de intuição. Por exigir de nós algumas disposições interiores de acolhida, de escuta atenta, ele também pode desenvolver em nós aptidões para a inspiração e a intuição. A distinção estabelecida aqui entre esses dois negligenciados modos de nos relacionarmos com o mundo deve ser examinada; pode ocorrer que eles tenham a mesma origem e que a diferença esteja apenas na forma de receber ou, por outro lado, que a intuição seja fenômeno específico do conjunto dos seres vivos, enquanto a inspiração seria uma das formas assumidas por ela no que tange à mente humana. É possível definir uma ação determinada pela intuição pelo fato de escapar totalmente a nossa atenção imediata; seus resultados práticos não serão visíveis se, por exemplo, ela nos permitir escapar a um perigo cuja existência não foi comprovada. A consciência reflexiva ou racional encontrará outras razões para nossos modos de agir e apenas elas subsistirão na parte de nossa memória que essa consciência utiliza. Em contrapartida, uma ação inspirada tem um meio de expressão, sendo essa razão pela qual a inspiração costuma ser atribuída aos artistas. Ela parece vir "de fora", é recebida com um dom, ao passado que a intuição age a partir do interior, predispondo nosso comportamento geral a responder da melhor forma às circunstâncias sem que precisemos "saber o que fazemos".

A intuição age quando de uma consulta ao I Ching. Se se preferir, é ela que determina o "acaso" dessa consulta, graças à qual se obterá, de modo amiúde surpreendente para a consciência habitual, um hexagrama notavelmente consoante com a questão formulada. A inspiração, por sua vez, aparece da forma clássica descrita por Leonardo da Vinci, que recomenda aos pintores que contemplem um conjunto de formas vagas como as manchas de umidade numa parede; eles verão surgir composições inesperadas, batalhas, arquiteturas... À primeira vista, os comentários do I Ching são bastantes obscuros para nós e o que compreendemos da estrutura do hexagrama é tão instável que não chegamos a apreendê-lo; textos e linhas desempenham então o mesmo papel revelador da mancha de Leonardo.


Nosso olhar escolhe apenas alguns aspectos criando uma visão completamente diferente da que geraria uma análise detalhada. Quando estamos na situação de consultar um oráculo, essas imagens tendem a ser mais que efeitos automáticos de nossa fantasia. Elas nos inspiram ao objetivarem os caminhos relativamente secretos da intuição; aquilo que nos revelam se aproxima de realidades que não podemos dizer ter percebido em outros níveis de nosso ser. Estávamos presentes nessas realidades , ou elas estavam presentes em nós, ou ainda um certo acordo adequado às circunstâncias do momento continha potencialmente nossa reação a alguns acontecimento, e as forma que percebemos exprimem esse estado de coisas. Os movimentos inconscientes de um radiestesista - de fato inconscientes - são transmitidos a seu pêndulo, e isso permite que ele veja claramente a forma pela qual vive sua relação com o objeto de sua pesquisa. Encontram-se exemplos de leitura das formas em numerosos procedimentos de adivinhação: borra de café, chumbo fundido, bola de cristal. O inconveniente dessa práticas é o fato de darem livre curso a hábitos imaginativos próprios do observador. Elas podem ser usadas se foi estabelecido um código de convenções pessoais ou tradicionais, mas será sempre difícil determinar o que não passa de manifestação de um automatismo e o que "reflete" de fato a situação. Os códigos precisos carecem de flexibilidade e de variedade; suas categorias demasiado fixas ativam uma memória estereotipada, muito diferente da memória viva que é uma ressurreição do acontecimento em todos os níveis de sensibilidade.


I Ching - Princípios, prática e interpretação

Jean-Philippe Schumberger
Editora Pensamento




Mensagem de Mestre de Shaanxi para os estudantes do Tao do I Ching

                                   Montanha Hua Shan na Província de Shaanxi - China.

Não se surpreendam com a revelação da verdade, do Tao do I Ching. Voltem suas mentes para a fonte de Luz que jorra incessantemente do Universo em nossa direção. A Luz que dimana do coração do Tao.
Aprender o Tao do I Ching, entender sua mensagem, equivale a falar o dialeto da natureza, da sabedoria. Não há mistérios para a verdade e para quem busca por ela.
No primeiro dia de aula, um bom professor de línguas, entra na sala falando a língua que eles, estão prestes a aprender. Isto é porque o professor quer que já desde o início o aluno possa ir familiarizando com o que vai aprender. Venham para a aula, se esforcem para aprender; um passo na direção da Luz... Iluminará todo o trajeto.
Alunos do dialeto da natureza, da sabedoria, da língua do Tao do I Ching, subam os degraus a sua frente, a escada há de se iluminar. Digam: Que a verdade me seja revelada; ela será! Que a minha consciência se expanda; ela se expandirá! Que eu compreenda o Tao como se fosse uma criança falando comigo. Que minha consciência se expanda como o Sol do meio- dia. Que minha Luz brilhe; ela brilhará! Deixem a Luz crescer...
Primeiro ascendamos um fósforo, depois uma vela, após uma lâmpada, duas, três... Dez. Um neon... Dois, três... Dez. Deixemos o pássaro voar cada vez mais alto. Fortaleçamos suas asas, e se elas estiverem crescendo ainda... Deixem que cresçam; Sem medo das alturas, voem alto e feliz em direção à Luz. Dependendo do “corpo” que escolhemos para ir em direção ao sol; o sol não nos queimará.  Façam escolhas sábias!
Quando a neblina ameaçar impedir a visão para o lago, espere ela passar. Ela vai se dissipar, tenha fé! Essa é a Lei do Tao. A Luz sempre retorna! Retornem para um contato maior com a natureza. Os pássaros entendem perfeitamente a Sabedoria do I Ching, é são excelentes mestres para ensinar o Tao.
Acordam com a Luz. Vivem na Luz. Comemoram o nascer do sol. Fazem a maior festa ao nascer do dia. Voam livres, confiantes e buscam as alturas, porém sabem permanecer em baixo quando preciso, sem lamentações. Ao entardecer, voltam para suas casas, as árvores, seus ninhos. Quando a escuridão reina, ficam quietos esperando novamente o Retorno da Luz. Sabem agradecer o dia de atividade, abençoam-no com seu canto quando ele finda. Retornam com a Luz à vida, a atividade novamente. Isto é estar em harmonia com o Tao. Fazem o que devem e podem quando assim a natureza permite.
Os pássaros conhecem o Tao do I e o praticam. Têm fé na vida, no Poder Superior e sabem que são amados, protegidos pelo Tao. “Cada um segue aquilo que lhe corresponde.” São como “Dragão voando nos céus.” Este é o modo supremo de governar.  Governar o que? O nosso destino, a nossa mente, o nosso caminho. Voem, voem alto! Os pássaros têm fé, o Dragão não tem medo.
“Quando o Criativo, o grande está em mutação e todas as linhas são nove a ordem se estabelece ao mundo.” “Quando o Criativo, o grande, está em mutação e todas as linhas são nove percebe-se a Lei dos Céus.” “Dragão voando nos Céus” Esta é a posição apropriada ao caráter celestial. “O Grande homem (o homem superior), em seu caráter, se põe em harmonia com o céu e a Terra, em sua luminosidade, com o sol e a lua, em sua coerência, com as quatro estações, na boa fortuna e no infortúnio que gera, com os Deuses e espíritos. Quando ele antecipa a ação do Céu, o Céu não o desmente. Quando ele segue o Céu, adapta-se ao tempo do Céu. Se nem o Céu lhe oferece resistência, quanto menos o farão os homens, os deuses e os espíritos.” Hexagrama (1).
Já viram, bem cedo, pela manhã, a neblina se desfazendo, quando o sol retorna de seu descanso cósmico?  Essa é a mutação em pleno trabalho. As gotas de orvalho, saciando, suavizando a secura da Terra e tudo que há nela? Eis o Tao em seu trabalho, o espetáculo da natureza! O homem ocupado demais, estressado demais, extenuado com as futilidades que busca para satisfação do ego, não pode ver a mutação que acontece todos os instantes bem diante dele.
Em sua Doutrina do Meio (Caminho do Meio), Confúcio diz: “Sob o Céu, somente o indivíduo possuidor da lealdade e sinceridade mais completa é capaz de desenvolver totalmente sua verdadeira natureza. Quando é capaz de desenvolver totalmente sua verdadeira natureza, é capaz de desenvolver totalmente a natureza de outros indivíduos. Quando é capaz de desenvolver totalmente a natureza de outros indivíduos, é capaz de desenvolver totalmente a natureza de todas as criaturas. Ao fazê-lo, é capaz de tomar parte nas funções de nutrição e transformação do Céu e da Terra e se torna um com o Céu e a Terra. Hexagrama (61).
Que sejamos um com o Céu e a Terra. Que a fonte jorre incessantemente em nossos corações e mentes. Que possamos conhecer a verdade!
Carla Cristina Filizzola. 

Os quatro sábios do I Ching




Os Mestres que estão constantemente do plano espiritual orientando o consulente do I Ching:


Fu Hsi (O Senhor do Grande Céu): estudou o céu, a terra, os seres vivos e criou os primeiros símbolos do  I Ching  – o Tai Chi (Yin - Yang), os oito trigramas e 64 hexagramas. 

Rei Wen: Fundador da Dinastia Chou (1.121 - 256 a.C.). Autor dos 64 “Julgamentos” dos hexagramas — os comentários sobre cada hexagrama.

Duque de Chou (Rei Wu de Chou): Filho do Rei Wen. Escreveu os “julgamentos das linhas”, que determinam os significados das 384 linhas em cada hexagrama.

Confúcio : Viveu entre 551 - 479 a.C. Um dos maiores filósofos chineses de todos os tempos. Escreveu sete obras sobre o I Ching num total de dez volumes, chamados de “Dez Asas”.

Procurem conhecer a vida e a obra destes grandes homens, honrá-los, reverenciá-los sempre antes da consulta ao I Ching e após agradecê-los eternamente.

Carla Cristina Filizzola.


Grupo Luz I Ching - Venha ser nosso amigo!



Saudações Amigos,

Temos um grupo no Yahoo- Grupos sobre O Livro das Mutações - I Ching. O grupo tem por objetivo trocarmos e-mails sobre interpretações, pedir ajuda uns aos outros, esclarecer, clarear dúvidas sobre o oráculo.

O grupo não tem fins lucrativos e podemos fazer amizades que compartilham o mesmo interesse sobre o I Ching. Venha ser nosso amigo também! Gosto de ajudar nas interpretações do oráculo. É sempre uma grande felicidade participar quando minha ajuda é solicitada.

Link do Luz I Ching:



Carla Cristina Filizzola.




A revelação da verdade através do oráculo de I Ching.


Queridos amantes da sabedoria, que todos estejam com saúde, tranquilidade, força, harmonia.

Amado Mestre Confúcio


Nesta Asa, Confúcio explica como é possível o oráculo de I Ching revelar a verdade. Ele diz que isto é possível porque o Livro das Mutações contém a medida do céu e da terra; por isso ele possibilita a compreensão do Tao do céu e da terra (das leis da mudança).

A revelação da verdade (através da função oracular) está na mutabilidade do livro. Por isso o Livro das mutações não está vinculado a qualquer forma em particular. Porque se o Livro estivesse preso, fosse imutável, não poderia revelar a verdade através do oráculo.

Transcrevo abaixo o texto completo: Pág. 227 do Livro de Richard Wilhelm.

4- No Livro se encontram as formas e os domínios de todas as configurações no céu e na terra, de modo que nada lhe escapa.
Nele todos os seres se completam e nenhum lhe falta. Por isso, por seu intermédio (função oracular), podem penetrar o Tao do dia e da noite, de modo a compreendê-lo. O espírito, portanto, não está vinculado a nenhum lugar em específico, nem o Livro das Mutações a qualquer forma em particular.

Aqui se indica como se pode alcançar o comando do destino através do Livro das Mutações. Seus princípios contêm as categorias de todas as coisas, literalmente, os padrões e os âmbitos próprios a todas as transformações. Essas categorias encontram-se na mente dos homens; tudo o que ocorre, tudo o que se transforma, obedece às Leis prescritas pela mente humana. Só quando essas categorias entram em vigência, as coisas tornam-se coisas. Essas categorias estão expostas no Livro das Mutações. Por isso ele possibilita ao homem penetrar e compreender os movimentos do luminoso e do obscuro, da vida e da morte, dos deuses e dos demônios. Esse conhecimento possibilita o domínio do destino, para o qual se pode determinar uma forma quando se conhece suas Leis. A razão pela qual se pode reagir diante do destino consiste no fato de a realidade ser sempre condicionada, estando limitada e determinada pelas condições espaço-temporais (As Leis da mudança). Mas o espírito não está preso a essas determinações e, portanto, pode provocá-las na medida em que seus objetivos venham a exigi-lo.

O Livro das Mutações é tão vasto em sua esfera de aplicações, pois contém apenas essas relações puramente espirituais que, por serem tão abstratas, podem se expressar em qualquer estrutura da realidade. Elas contêm apenas o Tao no qual se fundamentam todos os eventos. Por isso todas as configurações casuais se formam de acordo com esse Tao. 

A aplicação consciente dessas possibilidades (seguir as orientações do oráculo) assegura um domínio sobre o destino (nossas vidas).

Observação: Entre parênteses as explicações são minhas. Gostaria que todos pudessem começar a ler a partir da pág. 226 - Capítulo IV. Implicações mais profundas do Livro das Mutações. Do Livro de Richard Wilhelm.


Bom estudo!
Abraços, Carla Cristina Filizzola.



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