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Hexagrama 33. Tun / A Retirada


Por maior que seja o mistério, nada merece ser alçado ao posto de Esfinge.


Este hexagrama nos remete à possibilidade de ficarmos seduzidos por uma situação ou pessoa e nos dedicarmos, de forma até obsessiva, a desvendá-la. Por algum motivo, o ego foi despertado, fazendo com que nossa vaidade se dedique a decifrar algo que não conseguimos compreender de imediato. Essa situação, porém, não nos trará benefícios e o I Ching recomenda a retirada, ou seja, devemos nos desligar, eliminar essa situação ou pessoa de nossa mente.

A retirada é fundamental para que não fiquemos ainda mais envolvidos do que já estamos.
Se nos retirarmos (desengajarmos) a tempo, não sofreremos remorso nem as seqüelas de tal comportamento. Mas se nosso desejo ou medo forem despertados com muita força, ficamos presos numa armadilha. O ego assume o controle da situação, levando-nos prosseguir no comportamento inadequado. Os resultados são transtornos, humilhação e arrependimento.

O momento correto da retirada é quando começamos a perder o equilíbrio e a serenidade interior. Ou também quando os outros deixarem de ser receptivos a nós. Se tivermos humildade suficiente, porém, conseguiremos identificar tais fases, não com desapontamento, mas compreendendo que as pessoas reagem a nós como numa espécie de onda: ora são receptivas, depois nos afastam. A ambiguidade está presente o tempo todo.

A retirada também é necessária quando somos tomados pelo entusiasmo, seja porque houve uma melhora significativa na nossa situação ou porque surgiram novas oportunidades de influenciarmos os outros. Em todos os momentos de retirada, entretanto, é fundamental que não deixemos a vaidade do ego assumir o controle. Caso contrário, ele vai querer "resolver a situação". E essa atitude acaba bloqueando o fluir dos acontecimentos. Mas, se conseguirmos nos retirar no momento certo, o bloqueio é quebrado e novas oportunidades surgem.

(Texto de Wu Fang).

Que a sabedoria faça parte de nossas atitudes!


Hexagrama 32. Heng / Duração

                                                      

                                 Não mude de direção.
                       Siga o fluxo dos acontecimentos como a corrente do rio.

Prossiga em frente, como antes, sem vacilar nem mudar de direção. Este hexagrama significa suportar e, ao mesmo tempo, não se alterar. Aqui está embutido o princípio do I Ching segundo o qual a vida é um "prosseguir". Ao prosseguirmos, mantemos uma atitude neutra, deixamos de olhar para trás, para os lados ou mais para adiante. Ficamos com a vista presa no que está diretamente à nossa frente, preocupados somente com que é correto e essencial.

Recebemos este hexagrama quando nos perguntamos qual a atitude mental correta. As condições mudaram e queremos saber se temos que ser mais francos ou retraídos. Devemos ser mais relaxados ou precavidos? O hexagrama nos aconselha a prosseguir, como se nada tivesse mudado.

Em geral, esperamos que a mudança seja para melhor e tememos que seja para pior. Se ficarmos envolvidos na espera e no temor, o ego acaba se insinuando, dizendo-nos para fazer algo, bloquear ou mexer no que está acontecendo. Interferir, porém, de nada adianta. Quanto mais tentarmos fazer isso, pior para nós. Se vimos uma situação melhorar, devemos considerar as melhoras como um dos muitos passos que devem ser dados na direção correta. Não podemos ficar esperançados ou entusiasmados. Se, ao contrário, a situação piora, devemos lembrar a nós mesmos que as regressões são inevitáveis.

A situação só se tornará irreversível se nos fixarmos nela como sendo algo ruim. Mas, se soubermos nos relacionar adequadamente com as mudanças, cada escorregão será menor do que o último e a direção geral será para uma melhora.

As melhoras, no entanto, não devem ativar nosso orgulho nem nos fazer esquecer a independência interior. O rumo certo é seguir em frente sem nós impressionarmos com as mudanças nem com os benefícios decorrentes delas. Não devemos mudar nosso modo de relacionamento por causa de alterações na nossa vida.

Texto elaborado por Wu Fang.
Ao equilíbrio!

Hexagrama 31. Hsien / Influências Mútuas

Surge uma influência. Boa fortuna para aqueles cujos corações são corretos.
















Forças externas podem ser poderosas, mas não superiores a nós.


Este hexagrama nos avisa de que fortes influências exercidas por uma personalidade igualmente forte estão em andamento, sem que nos demos conta disso. Uma vez que a atitude silenciosa e firme atrai, o hexagrama diz respeito ao amor entre os sexos. Não envolve necessariamente sedução.

Um exemplo é o Sábio, cuja influência encoraja as pessoas a se aproximarem dele. Um segundo significado do hexagrama pode ter a ver com a influência sobre os demais. Antes de podemos influenciar os outros, porém, temos que ser receptivos à ajuda do Sábio.

As suas sugestões podem ser feitas silenciosamente. Por isso, é necessário manter o ouvido interior sintonizado, como se estivéssemos aguardando instruções do Universo.

Equilibrados e atentos, de maneira automática, sem esforço ou intenção, recebemos e transmitimos boas influências aos outros. Ao contrário, sentimentos como ansiedade e impaciência, além de bloquearem nosso canal de comunicação com o Cosmo, transmite nossa dependência e fraqueza aos outros. Um eu interior fraco, que vacila entre a esperança e o medo, entre o acreditar e o não acreditar, é imediatamente captado pelos demais.

Freqüentemente, receber este hexagrama significa que é iminente o surgimento de uma "influência" que nos desafiará a apegar-nos à maneira correta de influenciar os outros.

Somos aconselhados a fiscalizar os sentimentos interiores e manter a independência, não reagindo a elementos que estimulem o desejo, o medo ou a raiva. Se nossa energia permanecer neutra, então, tudo o que é estranho afasta-se, assim como aqueles que tentam se impor a nós, levados por motivos pessoais e egoístas.

Texto de - Wu Fang -

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