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Hexagrama 50. Ting / O Caldeirão



Cada um deve aceitar o seu próprio fardo. Ele sempre pode ser carregado.


O esforço é o que desenvolve nosso caráter. Desenvolvendo o bom potencial que existe em nós, brilhamos como um exemplo e iluminamos o caminho dos outros. Quando nossos pensamentos forem bons, estaremos oferecendo um bom alimento ao Poder Superior; quando forem corrompidos, a "refeição" é desperdiçada.

Este hexagrama requer o sacrifício daquilo que tem grande valor para nós: A sensação de que estamos no comando, de que temos a capacidade e o direito de guiar-nos. O fato, porém, é que nunca estamos no comando porque tudo é mutável nesta vida, nada pode ser previsto e esperado com precisão. Em geral, o envelhecimento ou um abalo produzido pelo destino é que nos tornam conscientes disso.

A idéia do poder e do controle sobre a vida nada mais é do que uma ilusão, gerado por nosso ego, claro. Se abdicamos de tal pretensão, porém, abriremos espaço para que o Poder Superior nos guie e proteja. Temos também a tendência a nos sentirmos bem, quando a situação vai bem, e a nos sentirmos mal, quando as coisas não ocorrem como esperávamos. Em vez disso, no entanto, deveríamos seguir nosso curso, independentemente da qualidade dos eventos. Sejam eles bons ou ruins, temos que manter a atitude.

Se obtivermos êxito, ótimo. Mas, caso contrário, devemos nos aplicar à autocorreção e esperar que as coisas sigam o seu curso naturalmente, mantendo nossa inocência e independência interior. Para tanto, é fundamental deixar de lado os pensamentos inapropriados, estabelecer uma conexão com o Poder Superior e não dar ouvidos ao ego. 

Texto elaborado por Wu Fang.


OM Sabedoria OM


Hexagrama 49. KO / Revolução


Um caminho de mudanças acaba de se abrir à sua frente. Siga-o.


Agora há possibilidade concretas de mudanças. Quando deixamos de ser perturbados pelos eventos, sejam eles bons ou ruins, adquirimos a confiança necessária que trará sucesso a tudo o que fizermos na vida. Quando somos capazes de manter o equilíbrio mesmo em meio a situações de tensão e desafio, então, ocorre uma revolução em nossa situação.

Receber este hexagrama pode indicar que esta revolução já tenha ocorrido ou que chegou o momento de mudarmos nossa atitude. Enquanto isso não for feito, não haverá progresso.
É como se já tivéssemos passado pelas várias etapas do aprendizado e agora temos que nadar em águas profundas se quisermos realmente evoluir. E cada passo em frente é uma pequena revolução.

A palavra revolução significa que as mudanças ocorrem em clima de torvelinho e risco. A disposição para confiar no Tao requer coragem e, como recompensa, ficaremos livres dos temores que impedem nossa evolução. Eliminar os medos equivale a fazer uma limpeza da ferrugem que impede a montagem de um motor. Trata-se de um trabalho muito difícil e a revolução nunca surge rapidamente, antes da hora. Só acontece quando estamos preparados para nos livrar de uma dúvida ou medo particular.

O hexagrama indica que, embora a preparação para a revolução ocorra num plano inconsciente, ou seja, longe da nossa vontade propriamente dita, o seu início requer um passo consciente. É preciso fazer algo de concreto para permitir que mudanças aconteçam, como, por exemplo, deixar de lado um hábito que tem origem no medo.

Outro possível significado do hexagrama é que, como resultado do nosso aperfeiçoamento, ocorre uma revolução no relacionamento com os outros. Com tolerância e dedicação ao nosso caminho, nos envolvemos intensamente no processo de revolução e crescimento. Os outros darão o passo seguinte. A nós cabe apenas esperar. 

Texto elaborado por Wu Fang


I Ching - O Livro das Mutações



O Venerável Ancestral das Mutações é uma obra cuja maturidade é fruto de um crescimento orgânico realizado durante milênios. É, por isso, um livro que para ser assimilado exige uma longa reflexão e meditação. I Ching é uma porta para os grandes mistérios do Universo.


http://br.groups.yahoo.com/group/Luz_ICHING/

O Tao em sua relação com o poder luminoso e com o poder obscuro



 É o Tao que faz surgir ora o obscuro, ora o luminoso.

O luminoso e o obscuro são dois poderes primordiais, os mesmos que até agora foram denominados no I Ching como firme e o maleável, ou o dia e a noite. O firme e o maleável são os termos usados para designar as linhas no Livro das Mutações, enquanto que o luminoso e o obscuro designam os dois poderes primordiais da natureza.

Os termos yin, o obscuro, e yang, o luminoso, indicam a face sombria e a outra, a iluminada, de uma montanha ou rio. Yang representa o lado sul da montanha, por ser iluminado pelo sol. Mas, quando se trata de um rio, Yang representa o lado norte, pois nele se reflete a luz. O inverso ocorre em Yin. 

Esses termos pouco a pouco se estendem, passando a englobar as duas forças que, como polaridades básicas do universo, são denominadas positivas e negativas. É possível que esses termos, que acentuam o aspecto cíclico mais a mutação, tenham dado origem à representação em forma circular do princípio primordial, símbolo que mais tarde desempenhou um papel tão importante no pensamento chinês.



                                 
O Tao é o que move e mantém em interação essas forças Yin e Yang. Como este "algo" significa apenas uma direção invisível e de todo incorpórea  os chineses escolheram para designá-lo a palavra Tao, cujo significado - Caminho, curso - Mesmo não sendo algo em si, coordena todos os movimentos do universo.



Livro de Sabedoria




O que Gustavo Alberto Corrêa Pinto disse sobre o uso oracular do Livro das Mutações:


"Aos que estiverem lendo o I Ching pela primeira vez, gostaria de dizer que não se deixem esmorecer diante do que lhes pareça demasiado obscuro. Há de aclarar-se, pois não há noite que dure para sempre. É nesse esforço que se pode aprender a virtude da perseverança, tão enfatizada no Livro das Mutações.

Ao relermos o I Ching, é necessário e recomendável que estejamos atentos ao perigo do que julgamos demasiado claro. Os dias também findam e o destino de todo saber é conduzir-nos ao não-saber. Só nesse cuidado poderemos cultivar a virtude da modéstia, ressaltada no Hexagrama 15. O estudo do I Ching é um trabalho constante, no qual, mais que um acúmulo de conhecimento, se processa uma crescente conscientização do ignorado. Ao primeiro ano de estudo, em geral julgamos que estamos sabendo muito mais do que antes. Ao décimo ano, em geral descobrimos que desconhecemos o livro muito mais do que julgávamos. Ao início do estudo, procuramos o significado do I Ching através dos textos; a seguir, através dos Kua e, finalmente, na própria vida, da qual surgiram os Kua, dos quais surgiram as palavras. O caminho deve reencontrar o ponto de partida e descobrir que no próprio caminhar tudo se modificou".

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