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Hexagrama 34. Ta Chuang / O Poder Do Grande

                          
                                Não há maior poder do que o conhecimento, sobre nós e os outros.


Neste hexagrama, existem dois significados a serem considerados.
O primeiro se refere ao poder que surge ao percebermos a maneira correta de prosseguir.
O segundo tem a ver com o poder roubado, assumido ou interceptado.

O I Ching ressalta que, sempre que percebemos a forma correta de prosseguir, não devemos ficar confusos, sem saber como avançar. Caso contrário, estaremos dando de bandeja uma oportunidade para o ego assumir o controle da situação. O ego é como um jogador de futebol incansável, que está sempre à procura de uma Change de agarrar a bola. Para impedir que o ego se intrometa, não devemos ficar demasiadamente absorvidos pelo que fazemos. Quando isso acontece, perdemos o contato conosco, com o nosso eu interior. E aí perdemos também o poder do insight.

O hexagrama nos adverte justamente contra esse perigo. Devemos resistir a falas do tipo: "Eu deveria fazer alguma coisa sobre isso", "Eu tenho a resposta" ou "Agora podemos fazer alguma coisa". Essas frases são típicas do ego, que adora interferir na direção natural dos acontecimentos.

O hexagrama nos avisa também para evitar o abuso do poder. Impelir as pessoas para adiante, pressioná-las, manipulá-las e lisonjeá-las é uma forma de abusarmos do nosso poder, assim como dizer coisas quando estamos com raiva ou nos afastarmos simplesmente por achar que alguém é incorrigível. Coisas ditas em momentos de fúria deixam marcas que podem durar anos e funcionam como uma bomba atômica de efeitos duradouros. Por isso, é preciso pensar duas vezes antes de expor o que sentimos num determinado momento. O uso incorreto do poder gera reações ruins, que podem até ser desfeitas se retornamos à sinceridade e humildade de antes. O melhor a fazer, quando percebemos que incorremos nesses erros, é nos retirarmos, voltarmos à postura de neutralidade.

(Texto elaborado por - Wu Fang)

Ao Equilíbrio!

Hexagrama 33. Tun / A Retirada


Por maior que seja o mistério, nada merece ser alçado ao posto de Esfinge.


Este hexagrama nos remete à possibilidade de ficarmos seduzidos por uma situação ou pessoa e nos dedicarmos, de forma até obsessiva, a desvendá-la. Por algum motivo, o ego foi despertado, fazendo com que nossa vaidade se dedique a decifrar algo que não conseguimos compreender de imediato. Essa situação, porém, não nos trará benefícios e o I Ching recomenda a retirada, ou seja, devemos nos desligar, eliminar essa situação ou pessoa de nossa mente.

A retirada é fundamental para que não fiquemos ainda mais envolvidos do que já estamos.
Se nos retirarmos (desengajarmos) a tempo, não sofreremos remorso nem as seqüelas de tal comportamento. Mas se nosso desejo ou medo forem despertados com muita força, ficamos presos numa armadilha. O ego assume o controle da situação, levando-nos prosseguir no comportamento inadequado. Os resultados são transtornos, humilhação e arrependimento.

O momento correto da retirada é quando começamos a perder o equilíbrio e a serenidade interior. Ou também quando os outros deixarem de ser receptivos a nós. Se tivermos humildade suficiente, porém, conseguiremos identificar tais fases, não com desapontamento, mas compreendendo que as pessoas reagem a nós como numa espécie de onda: ora são receptivas, depois nos afastam. A ambiguidade está presente o tempo todo.

A retirada também é necessária quando somos tomados pelo entusiasmo, seja porque houve uma melhora significativa na nossa situação ou porque surgiram novas oportunidades de influenciarmos os outros. Em todos os momentos de retirada, entretanto, é fundamental que não deixemos a vaidade do ego assumir o controle. Caso contrário, ele vai querer "resolver a situação". E essa atitude acaba bloqueando o fluir dos acontecimentos. Mas, se conseguirmos nos retirar no momento certo, o bloqueio é quebrado e novas oportunidades surgem.

(Texto de Wu Fang).

Que a sabedoria faça parte de nossas atitudes!


Hexagrama 32. Heng / Duração

                                                      

                                 Não mude de direção.
                       Siga o fluxo dos acontecimentos como a corrente do rio.

Prossiga em frente, como antes, sem vacilar nem mudar de direção. Este hexagrama significa suportar e, ao mesmo tempo, não se alterar. Aqui está embutido o princípio do I Ching segundo o qual a vida é um "prosseguir". Ao prosseguirmos, mantemos uma atitude neutra, deixamos de olhar para trás, para os lados ou mais para adiante. Ficamos com a vista presa no que está diretamente à nossa frente, preocupados somente com que é correto e essencial.

Recebemos este hexagrama quando nos perguntamos qual a atitude mental correta. As condições mudaram e queremos saber se temos que ser mais francos ou retraídos. Devemos ser mais relaxados ou precavidos? O hexagrama nos aconselha a prosseguir, como se nada tivesse mudado.

Em geral, esperamos que a mudança seja para melhor e tememos que seja para pior. Se ficarmos envolvidos na espera e no temor, o ego acaba se insinuando, dizendo-nos para fazer algo, bloquear ou mexer no que está acontecendo. Interferir, porém, de nada adianta. Quanto mais tentarmos fazer isso, pior para nós. Se vimos uma situação melhorar, devemos considerar as melhoras como um dos muitos passos que devem ser dados na direção correta. Não podemos ficar esperançados ou entusiasmados. Se, ao contrário, a situação piora, devemos lembrar a nós mesmos que as regressões são inevitáveis.

A situação só se tornará irreversível se nos fixarmos nela como sendo algo ruim. Mas, se soubermos nos relacionar adequadamente com as mudanças, cada escorregão será menor do que o último e a direção geral será para uma melhora.

As melhoras, no entanto, não devem ativar nosso orgulho nem nos fazer esquecer a independência interior. O rumo certo é seguir em frente sem nós impressionarmos com as mudanças nem com os benefícios decorrentes delas. Não devemos mudar nosso modo de relacionamento por causa de alterações na nossa vida.

Texto elaborado por Wu Fang.
Ao equilíbrio!

Hexagrama 31. Hsien / Influências Mútuas

Surge uma influência. Boa fortuna para aqueles cujos corações são corretos.
















Forças externas podem ser poderosas, mas não superiores a nós.


Este hexagrama nos avisa de que fortes influências exercidas por uma personalidade igualmente forte estão em andamento, sem que nos demos conta disso. Uma vez que a atitude silenciosa e firme atrai, o hexagrama diz respeito ao amor entre os sexos. Não envolve necessariamente sedução.

Um exemplo é o Sábio, cuja influência encoraja as pessoas a se aproximarem dele. Um segundo significado do hexagrama pode ter a ver com a influência sobre os demais. Antes de podemos influenciar os outros, porém, temos que ser receptivos à ajuda do Sábio.

As suas sugestões podem ser feitas silenciosamente. Por isso, é necessário manter o ouvido interior sintonizado, como se estivéssemos aguardando instruções do Universo.

Equilibrados e atentos, de maneira automática, sem esforço ou intenção, recebemos e transmitimos boas influências aos outros. Ao contrário, sentimentos como ansiedade e impaciência, além de bloquearem nosso canal de comunicação com o Cosmo, transmite nossa dependência e fraqueza aos outros. Um eu interior fraco, que vacila entre a esperança e o medo, entre o acreditar e o não acreditar, é imediatamente captado pelos demais.

Freqüentemente, receber este hexagrama significa que é iminente o surgimento de uma "influência" que nos desafiará a apegar-nos à maneira correta de influenciar os outros.

Somos aconselhados a fiscalizar os sentimentos interiores e manter a independência, não reagindo a elementos que estimulem o desejo, o medo ou a raiva. Se nossa energia permanecer neutra, então, tudo o que é estranho afasta-se, assim como aqueles que tentam se impor a nós, levados por motivos pessoais e egoístas.

Texto de - Wu Fang -

Hexagrama 30. LI / Aderir (Fogo)


                                          LI sobre LI - Fogo sobre Fogo

A Imagem:

O Sol difunde sua luz e ilumina todo o mundo natural. A Luz prende-se aos objetos e torna-os brilhantes. Da mesma forma, as pessoas grandes iluminam todos os que estão em volta delas, penetrando na verdadeira natureza do homem.
Tente ver além das chamas do fogo
E da fumaça das nuvens.

Este Hexagrama diz respeito ao desengajamento. Ao não nos engajarmos nas situações, obtemos a clareza necessária para enxergar a verdade. A imagem do fogo aderindo a algo para queima-lo simboliza a atitude necessária, se quisermos manter a clareza mental.
Quando existe a ameaça da dúvida, devemos aderir ao que já aprendemos e confiar no Poder da Verdade. Nos momentos de hesitação, chegamos a duvidar de nós mesmos, da nossa capacidade, de tudo o que aprendemos e da ajuda do Sábio. Mas justamente nesses momentos precisamos perseverar. Se os eventos e as pessoas parecem ruins, temos que lembrar do potencial para o bem que ainda possuem.

O Hexagrama nos diz ainda que precisamos manter a mente aberta. Por mais impossível que nos pareça a melhora de uma determinada situação, ela pode acontecer se estivermos firmes e independentes na nossa atitude. Ou seja, abertos a qualquer possibilidade, sem tirar conclusões antecipadas. Afinal, o curso dos acontecimentos é imprevisível e, muitas vezes, em ziguezague.
Essa atitude de aceitação requer um alto grau de docilidade. Devemos abdicar de toda resistência ao que está acontecendo e não rejeitar a situação. Aceitar cada virada e reviravolta, por mais que causem dissabores e frustrações, simplesmente porque elas serão úteis ao nosso progresso. Aderindo docilmente ao que há de bom em nós e nos outros, podemos nos manter afastados dos elementos inferiores.

A docilidade requer também que não julguemos as coisas somente pela aparência.
Ao agirmos assim, perdemos o senso da verdade interior. É preciso apegar-nos à perspectiva de que as coisas são como têm de ser, com propósitos que não podemos enxergar. A docilidade permite que sejamos mais compreensivos e pacientes conosco e com os outros.

Texto de - Wu Fang


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