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Hexagrama 61. Chung Fu / Verdade Interior


Nós sempre sabemos qual o nosso problema. Basta olhar para dentro.


No nosso íntimo, sempre sabemos o que é verdadeiro ou não. Por mais que tentemos escamotear nossos sentimentos para o mundo externo, dentro de nós, sabemos o que se passa. Por isso, este hexagrama diz: "Você sabe qual é o problema e também compreende a verdade da questão."

Para chegar à verdade interior de nossos pensamentos, precisamos ficar receptivos, suspender idéias preconcebidas e não rotular as pessoas. Devemos também rejeitar a idéia de que algo não pode funcionar. Não temos como presumir isso. Chegou o tempo de dar vez ao impossível e ao improvável. Eles podem acontecer, diz o I Ching.

Acreditar nisso é, de certa forma, ficar dependente do Cosmo, permitindo que ele nos guie. O poder da verdade interior acumula-se à medida que conhecemos as Leis Cósmicas. Por exemplo, com o I Ching, aprendemos que não adianta provocar resultados através do conflito. A raiva, por mais justificada que seja, bloqueia a solução correta.

Quando somos firmes na busca da verdade interior, nossa firmeza é compreendida a milhares de distância. Essa verdade pode ser ainda desconhecida por nós, mas não importa. Devemos confiar nela do mesmo jeito, mantendo-nos abertos a percebê-la, a captá-la a qualquer momento. Aí, a solução que buscamos surgirá naturalmente, mesmo que ainda não sejamos capazes de compreender o que está acontecendo.

A verdade interior não pode ser dominada, guardada e usada a nosso bel-prazer. Primeiro, devemos apreendê-la intuitivamente, depois confirmá-la experimentalmente. Assim, o insight se torna conhecimento do coração. Não podemos nem mesmo captar a verdade interior enquanto não estivermos em sintonia com nosso eu mais profundo, com as vibrações que emanam das coisas. Mas, uma vez em contato com ela, podemos usá-la como um recurso inesgotável. Ela sempre nos indicará o caminho certo, em meio a todas as dificuldades.

 (Texto de -Wu Fang)



Hexagrama 60. Chieh / Limitação



Aceitar os seus limites e dos outros é prova de grande Sabedoria.


Este hexagrama nos avisa que os limites são fundamentais para a conquista de nossos objetivos. Nos dias de hoje, cada vez mais, idéias decadentes, que contrariam os ensinamentos do I Ching, nos fazem perder a noção de limites, do que é certo ou errado. 

O conceito de limites tem a ver também com a aceitação do nosso Destino. Devemos eliminar da mente qualquer elemento de resistência ao que temos que passar, necessariamente, pelo processo de aprendizagem. Ao aceitar os limites é sinônimo de não sermos presunçosos nem arrogantes. Não é possível fazermos apenas o que desejamos. É preciso também passar por situações desagradáveis ou fonte de sofrimento. 

As mudanças só são obtidas quando temos um insight sobre a natureza do problema, conseguimos a ajuda do Sábio e acreditamos na verdade interior. As virtudes defendidas pelo I Ching - Paciência, modéstia e simplicidade - não podem ser alcançadas sem uma longa experiência de autolimitação. Devemos ser brandos conosco mesmo. Não adianta tentarmos avançar antes do tempo, evoluir de forma prematura, chegar no objetivo antes do tempo.
Essa ambição de nada adiantará. Por isso, os limites são tão necessários. Somente um esforço gradual, brando, modesto e perseverante nos leva ao progresso.

Chegar à autolimitação, porém, não é nada fácil. No decorrer desse trabalho, nos deparamos com a força de elementos inferiores perturbadores, que estão acostumados a agir de sua própria maneira, levando-nos a ter uma atitude voraz em relação aos fatos que se apresentam na vida. Para controlar esses elementos, devemos fazer como quem ensina uma criança gulosa que o estômago não pode governar a mente. Os resultados podem ser surpreendentes. É preciso, em primeiro lugar, tentar.

Texto elaborado por 
Wu Fang.

Hexagrama 59. Huan / Dispersão (Dissolução)



Dissolva tudo o que há de ruim na sua vida e os caminhos se abrirão.


Este hexagrama se refere à dissolução de sentimentos e pensamentos que conduzem a um rígido ponto de vista. Para nos libertarmos deles, precisamos abdicar dos sentimentos, permitir que eles se afastem, levados pelo vento. A dispersão ocorre suave e naturalmente.
Precisamos dispersar sentimentos de desesperança, que nos levam a romper laços com os outros.

"Por que as coisas são assim?" é o tipo de pergunta completamente contaminada pela dúvida e o medo de continuar seguindo nosso caminho. É importante também nos livrarmos da sensação de que precisamos fazer alguma coisa como se estivéssemos pressionados a resolver uma determinada situação e nos empenhássemos para tal. Nesse momento, temos que recuar porque já estamos presos emocionalmente, caímos na armadilha. Uma vez que percebamos nossos erros, não devemos cair em desespero ou em crises de auto-acusação. O caminho é nos apegar ao que é correto e esperar. Assim, os possíveis danos serão corrigidos e a tensão se dissolverá.

Dispersão significa também que não devemos nos ligar a questões que provocam discussão nem resistir ao modo como as coisas funcionam. Abrindo mão da resistência, damos espaço a uma total compreensão e ao surgimento da ajuda do Sábio. Ele tem o poder para realizar o impossível e o improvável. Mas é preciso que esperemos. Sem paciência, nada acontecerá.

Nosso processo de autodesenvolvimento requer que passemos por dificuldades. Mais tarde, perceberemos que elas foram absolutamente necessárias ao crescimento. E, enquanto estivermos sob seu jugo, de nada adianta espernearmos. Isso só aumenta a dor e a incompreensão da situação vivida. A aceitação é o caminho mais adequado. Ela permite o surgimento de um insight que dê fim ao problema. 

 (Texto elaborado por  - Wu Fang)


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