Não tenha medo de sacrificar
sentimentos antigos. Eles não lhe
servem mais.
Este hexagrama é um chamado a abrirmos mão
de todas as formas de convencimento, incluindo sentimentos de raiva e desforra.
Essas emoções turvam nossa visão e nos tiram do caminho superior. A diminuição
de que fala o I Ching se refere ao momento em que reconhecemos nossa
impotência para alcançar os objetivos almejados. Este é um momento importante
porque é o início de tudo, o ponto em que tomamos consciência de nossa pobreza e
impotência.
Antes, nos achávamos capazes de resolver
qualquer situação ou problema. Nossas ações seriam capazes de contornar qualquer
coisa. Só que esse sentimento de onipotência vai contra a humildade e a modéstia
sugeridas pelo I Ching. Chega uma hora em que temos de abandonar tanta
presunção e enxergar que precisamos de ajuda. Na verdade, não basta enxergar
isso. É preciso também ter humildade suficiente para pedir socorro ao Poder
Superior.
O hexagrama da diminuição também se refere
ao momento em que percebemos que nosso ego precisa abrir mão da liderança, que
ele não pode mais assumir o controle de todas as coisas. Mas, ao perceber que
será diminuído, que perderá seu posto de majestade, o ego reage com alarme,
raiva ou frustração. Se não opusermos uma resistência à altura, o ego
rapidamente recupera a força e assume novamente o posto de comando.
Diminuir o ego nada mais é do que dar
espaço à voz do coração, permitir que o eu interior expresse seus sentimentos
livremente, sem medo da crítica ou dos resultados de nossas ações. Mas ele
permanece no controle quando nos preocupamos excessivamente com nosso
desempenho, ansiosos pela aprovação dos outros, por receber elogios pelas nossas
ações. Enquanto o ego for capaz de nos controlar, estaremos sempre na defensiva
e, portanto, extremamente falíveis. Aceitar a necessidade de ajuda e solicitá-la
ao Poder Superior pode ser o primeiro passo para nos libertar das amarras do
ego.
Texto elaborado por: Wu
Fang
Ao
Equilíbrio.