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Aprendendo a lição cósmica





Na linguagem dos Mestres Confucionistas, ou você é o sábio ou é o insensato.
Até mesmo os insensatos podem alcançar a sabedoria, seguindo recatadamente o Sábio. A insensatez é uma característica da juventude: aqueles que têm pouca experiência em geral exibem parca sabedoria. Isso também se aplica ao Caminho espiritual; em comparação com o Sábio, somos "bebês na floresta".

Confúcio aconselha a utilizar o I Ching  como um farol, para podermos sobreviver à nossa insensatez juvenil e transpor com segurança as florestas da vida. Estudar o I Ching é adquirir a perspectiva da Divindade, é aprender a lição cósmica inerente a cada situação com que nos defrontamos. Se realmente buscamos essas lições maiores e nos esforçarmos por compreendê-las, conseguiremos obter o domínio sobre o medo, a dúvida e a ansiedade. Com o estudo do I Ching, podemos aprender a viver em estado de entendimento, contentamento e aceitação, mas para tal muito nos é exigido.

O I Ching nos ensina não como chegar de A a Z, mas como ir de A a B, depois de B a C, e então de C a D. O Sábio faz a viagem passo a passo, lidando sempre com o que está imediatamente próximo e concentrando-se completamente no momento. Agindo assim, seguimos lado a lado com o Poder Criativo do Universo e recebemos seu auxílio. Devemos buscar a verdade de maneira desestruturada e aberta e os segredos do Universo serão revelados.


 Sempre em harmonia com o Tao!

Carla Cristina Filizzola.



Amor ao Tao do I Ching



Se a minha vida durasse mais alguns anos, eu dedicaria cinquenta deles ao estudo do Livro do I, e então talvez eu me tornasse um homem sem grandes defeitos.


Confúcio, aos 70 anos de idade.



Livro sagrado



Os chineses entendem que o I Ching é o Tao, a verdade, o mais sagrado dos livros antigos, e por isto reverenciam e respeitam os textos sagrados do Livro das Mutações. Como livro de sabedoria e oráculo os comentários de Confúcio são fundamentais. Os chineses os denominam de Dez Asas. Eles acreditam que o I Ching depende das Dez Asas para poder voar alto. Ou seja, sem os comentários de Confúcio não se pode compreender o I Ching.

O I Ching é um livro muito profundo. É fonte de grande parte da cultura chinesa. Na origem, era um manual de adivinhação. Depois que Confúcio e seus discípulos escreveram os comentários, passou a ser considerado como livro de sabedoria. O I Ching informa a quem o consulta sobre a situação presente e seu potencial futuro, também aconselha sobre o que fazer e o que não fazer para alcançar a boa fortuna e evitar o infortúnio. Os sábios antigos tinham profunda experiência do princípio de causa e efeito e aconselhavam o comportamento mais adequado baseados nas Leis naturais.

Mestre Taoísta - Alfred Huang


O improvável


Saudações aos amantes da sabedoria milenar do Livro das Mutações, paz e luz!

Para ser um intérprete do Livro das Mutações é preciso compreender que tudo é energia. Somos energia, tudo que tocamos, tudo que fazemos, tudo mesmo contém energia. O Universo é energia, nossos pensamentos são energia.

Quando assentamos em uma cadeira nossa energia fica nesta cadeira. Quando escrevemos um e-mail nossa energia fica impregnada nas palavras que foram criadas no e-mail. Podemos através de uma consulta ao I Ching dizer quem é uma pessoa, como ela está e como está sua vida, se segue um caminho correto ou não, o que ela vai colher no futuro, de acordo com suas escolhas e conduta no presente. Podemos também, é claro não são todas as pessoas, assim como não são todas as pessoas que podem consultar o I Ching é ter acesso ao Tao do I, saber como está uma pessoa simplesmente tocando na cadeira que ela assentou, ou pegando em um objeto que ela usou ou mesmo lendo um e-mail que ela enviou. Isto é possível, porque somos energia, o Universo é energia e quem quer expandir sua consciência e compreender o Tao precisa compreender essa verdade.

Somos Luz e para essa luz não existe tempo, espaço, obstáculo, distância. Para a energia não existem barreiras. O que precisamos fazer é treinar nossos sentidos para captar essa energia. Um dos meus Mestres aqui no planeta Terra podia dizer, ao falar no telefone com alguém, a cor de roupa, sua cor de pele, como eram seus cabelos e seu estado emocional, espiritual. Nada demais... Todos podem fazer isto, para tanto é preciso desenvolver a consciência, buscar a verdade, ficarmos receptivos ao Criativo, seguir o caminho dos Mestres, viver na verdade.

É verdade que uns estão mais adiantados do que os outros, mas para quem quer ascender espiritualmente, nada é impossível, esse é nosso destino à ascensão espiritual.  O que para uns parece impossível, para outros é simples. Eu mesma sempre tive uma afinidade grande com o Tao do I, com a mensagem de Lao Tsé e Confúcio, porém, não sei dirigir veículos. Posso passar horas meditando, sem comer e sem nenhum sacrifício, mas detesto festas. São insuportáveis para mim, conversas fúteis, ambientes fúteis, me estressam profundamente. Posso ficar horas com meus cães, com a natureza, eles me alimentam de paz, amor, luz. Entretanto, existem pessoas que detestam a natureza, os animais, meditação, alimentação vegetariana. Nem pensar em falar em Lao Tsé, Confúcio; que demônios são estes?...rs

O I Ching diz: “Cada um segue aquilo que lhe corresponde”. Hexagrama (1) Ch'ien / O Criativo
Digo quem quer crescer espiritualmente, abra sua mente, fique receptivo à verdade, ao improvável.  Para uma pessoa comum, conversar com um livro, ser respondida por ele, ainda mais com sabedoria, é bastante improvável.  Você conversa com um livro? Ele te responde? Você entende o que ele diz? Não conversamos com um livro... Conversamos com os sábios mestres de oráculo do passado...rs  Essa resposta, fica ainda pior para a compreensão de alguns.

Nestes 30 anos de estudo com o I Ching, tenho certeza absoluta, que a verdade é revelada por ele. Essa certeza é minha... Não tenho como emprestá-la para os outros. Disseram-me no passado, sobre uma interpretação que fiz: “I Ching???” “Que I Ching é esse???” Só que a pessoa disse isto, para mais de 5.000 associados de um grupo da época ainda do Orkut. O oráculo se confirmou e a pessoa... rs

Sempre em contato com o Tao!


Carla Cristina Filizzola.


                                 
                                                                            Namastê!



Intuição e inspiração



O I Ching é essencialmente um revelador de intuição. Por exigir de nós algumas disposições interiores de acolhida, de escuta atenta, ele também pode desenvolver em nós aptidões para a inspiração e a intuição. A distinção estabelecida aqui entre esses dois negligenciados modos de nos relacionarmos com o mundo deve ser examinada; pode ocorrer que eles tenham a mesma origem e que a diferença esteja apenas na forma de receber ou, por outro lado, que a intuição seja fenômeno específico do conjunto dos seres vivos, enquanto a inspiração seria uma das formas assumidas por ela no que tange à mente humana. É possível definir uma ação determinada pela intuição pelo fato de escapar totalmente a nossa atenção imediata; seus resultados práticos não serão visíveis se, por exemplo, ela nos permitir escapar a um perigo cuja existência não foi comprovada. A consciência reflexiva ou racional encontrará outras razões para nossos modos de agir e apenas elas subsistirão na parte de nossa memória que essa consciência utiliza. Em contrapartida, uma ação inspirada tem um meio de expressão, sendo essa razão pela qual a inspiração costuma ser atribuída aos artistas. Ela parece vir "de fora", é recebida com um dom, ao passado que a intuição age a partir do interior, predispondo nosso comportamento geral a responder da melhor forma às circunstâncias sem que precisemos "saber o que fazemos".

A intuição age quando de uma consulta ao I Ching. Se se preferir, é ela que determina o "acaso" dessa consulta, graças à qual se obterá, de modo amiúde surpreendente para a consciência habitual, um hexagrama notavelmente consoante com a questão formulada. A inspiração, por sua vez, aparece da forma clássica descrita por Leonardo da Vinci, que recomenda aos pintores que contemplem um conjunto de formas vagas como as manchas de umidade numa parede; eles verão surgir composições inesperadas, batalhas, arquiteturas... À primeira vista, os comentários do I Ching são bastantes obscuros para nós e o que compreendemos da estrutura do hexagrama é tão instável que não chegamos a apreendê-lo; textos e linhas desempenham então o mesmo papel revelador da mancha de Leonardo.


Nosso olhar escolhe apenas alguns aspectos criando uma visão completamente diferente da que geraria uma análise detalhada. Quando estamos na situação de consultar um oráculo, essas imagens tendem a ser mais que efeitos automáticos de nossa fantasia. Elas nos inspiram ao objetivarem os caminhos relativamente secretos da intuição; aquilo que nos revelam se aproxima de realidades que não podemos dizer ter percebido em outros níveis de nosso ser. Estávamos presentes nessas realidades , ou elas estavam presentes em nós, ou ainda um certo acordo adequado às circunstâncias do momento continha potencialmente nossa reação a alguns acontecimento, e as forma que percebemos exprimem esse estado de coisas. Os movimentos inconscientes de um radiestesista - de fato inconscientes - são transmitidos a seu pêndulo, e isso permite que ele veja claramente a forma pela qual vive sua relação com o objeto de sua pesquisa. Encontram-se exemplos de leitura das formas em numerosos procedimentos de adivinhação: borra de café, chumbo fundido, bola de cristal. O inconveniente dessa práticas é o fato de darem livre curso a hábitos imaginativos próprios do observador. Elas podem ser usadas se foi estabelecido um código de convenções pessoais ou tradicionais, mas será sempre difícil determinar o que não passa de manifestação de um automatismo e o que "reflete" de fato a situação. Os códigos precisos carecem de flexibilidade e de variedade; suas categorias demasiado fixas ativam uma memória estereotipada, muito diferente da memória viva que é uma ressurreição do acontecimento em todos os níveis de sensibilidade.


I Ching - Princípios, prática e interpretação

Jean-Philippe Schumberger
Editora Pensamento




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